domingo, 28 de janeiro de 2007

A obsessão do clima


A Comunicação Social aderiu á causa Nacional de Meteorologia.
Pois é. Deixámos de ter, primeiro o Sr. Sério e depois as meninas da meteorologia, que muito profissional e cientificamente nos punham a par do tempo que se iria fazer sentir no dia seguinte (com muito centro de baixas e altas pressões, muito anticiclone, precipitação e aguaceiros), para que este tema passasse a fazer parte integrante dos telejornais nacionais, perdendo o seu cariz cientifico e popularizando-se.
Foi assim, que temperaturas abaixo ou acima dos 20 graus centígrados se tornaram notícia. No Verão apanhamos com as reportagens sobre o calor. Lá vêm as entrevistas de rua a perguntar ao incauto transeunte se tem calor, se já bebeu água, se no dia anterior acha que esteve mais calor, etc. Chega o Inverno e temos o problema do frio e da chuva. Uma chatice. Lá vem a bela da entrevista novamente. Se tem frio, se se lembra de ter tido frio noutras alturas, os ensinamentos sobre o que se deve vestir, comer e beber para combater o frio, como se toda a população fosse uma mutação genética com epiderme desprovida de qualquer sensibilidade à temperatura e cuja sobrevivência está dependente destes avisos.
É sabido que não há conversa de circunstância que não tenha como nota introdutória o Está um bafo que não se pode... – ou - Hoje está fresquinho, já para não falar do cinzentismo nacional que piora no Inverno, só faltava a nossa comunicação social a fazer também notícia da meteorologia, como se dia sim dia não o País fosse atingido por um tufão. Isto somado aos alertas, que se fossem levados a sério tomavam de pânico a população.
Chama-se a isto encher chouriços.

Com ou sem FMI...