quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A armadilha

A Europa (leia-se os governos europeus) tem vindo a cair aos poucos nesta grande teia que começou a ser construída em 2008 à volta da crise que eclodiu nos EUA e que como quem não quer a coisa, foi ganhando uns estranhos contornos especulativos propícios ao aumento significativo de lucros daqueles que já os tinham antes e à queda igualmente significativa dos que já não estavam assim tão bem.
Tudo isso seria uma questão menor se por arrasto não estivéssemos a assistir ao princípio do fim do Estado social.
A Europa vai cedendo, uns mais do que outros. Uns por já sofrerem de fragilidades crónicas (o caso de Portugal) outros por terem modelos de crescimento assentes em sectores voláteis (Irlanda) outros não se chega sequer a perceber muito bem porquê. O certo é que feitas as contas apenas se vê duas grandes consequências – Um abaixamento generalizado dos salários (não falo da medida prevista no OE mas sim nas políticas salariais que vêm sendo adoptadas pelas empresas desde o ano passado, independentemente da sua situação financeira) E uma pressão por parte dos lobbies do costume no sentido de privatizar serviços que são a base do Estado social, nomeadamente Saúde e Educação.
Para nos baralhar vão saindo avulso da cartola todas as semanas dados contraditórios que mais não servem do que para isso mesmo - criar instabilidade e insegurança suficiente que justifiquem todas as directrizes que vêm de Bruxelas e do FMI. Assim lá vamos ficando entre a espada e a parede aguardando melhores ou piores dias.

Outra Vez On line


Quatro meses de ausência. A maternidade sobrepôs-se a todos os interesses e hobbies mas agora é preciso começar a desviar o olhar das fraldas e das infindáveis tarefas domésticas a que a permanência em casa obriga, sob pena de vir a sofrer de um encolhimento progressivo do meu pobre cérebro.

sábado, 8 de maio de 2010

O mundo na barriga

As vinte e seis semanas de esperança em que me encontro conseguem relativizar todos os acontecimentos da actualidade vivendo descaradamente e assumidamente para o meu umbigo.
A natureza é sábia e as hormonas ajudam a ofuscar o estado da política e da economia. Por enquanto.

Grizzly Bear - Two Weeks

Radiohead - No Surprises

domingo, 4 de abril de 2010

Vinde a mim as criancinhas!



Sempre o problema das más interpretações teológicas!

Abril

Março passou a correr cheio de batalhas pessoais e outros impedimentos de tempo que me arredaram da blogosfera. Agora chegou Abril que trás sempre em si uma promessa de renovação. A primavera chega, os dias ficam maiores, o sol intensifica-se e o céu explode de azul. Apetece ter pensamentos positivos e acreditar que o dia de amanhã será impreterivelmente melhor do que o de hoje.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Fim de dia

O tempo está mau. Chove a cântaros e está um vento de arrepiar. Pela janela vejo tudo cinzento lá fora. Vou agora fazer-me à estrada, recolher o meu filho no infantário, trancar-me em casa e fingir que é Verão. Se me despachar ainda vou a tempo de conquistar o castelo playmobile e vencer uma floresta inteira de dinossauros. O faz de conta ajuda a esquecer o frio.

E tudo a àgua levou...


Depois da tempestade vem a bonança. No meio da devastação só resta unir esforços para que o Funchal volte a ser o que era.
Pelas vidas que se perderam nada há fazer a não ser recordá-las e dar sentindo à perda prevenindo erros futuros.
A Natureza tem sempre a última palavra, como se dúvidas restassem.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Rufus Wainwright - Cigarettes And Chocolate Milk

Uma música que me põe bem disposta. Fazem falta músicas assim para colorir os dias.

Atrás do tempo vêm tempos...

Não há abstracção possível deste estranho tempo em que vivemos onde mal se distingue a ficção da realidade. Política de interesses, jornalismo de trazer por casa e Sistema judicial obsoleto estão-se a tornar num circo diário difícil de suportar.

Le diable

Un jour,
Un jour le diable vint sur Terre
Un jour le diable vint sur Terre
Pour surveiller ses intérêts
Il a tout vu le diable, il a tout entendu
Et après avoir tout vu
Et après avoir tout entendu
Il est retourné chez lui, là-bas.
Et là-bas, on avait fait un grand banquet
A la fin du banquet, il s'est levé le diable
Il a prononcé un discours :

Ça va
Il y a toujours un peu partout
Des feux illuminant la Terre
Ça va
Les hommes s'amusent comme des fous
Au dangereux jeu de la guerre
Ça va
Les trains déraillent avec fracas
Parce que des gars pleins d'idéal
Mettent des bombes sur les voies
Ça fait des morts originales
Ça fait des morts sans confession
Des confessions sans rémission
Ça va

Rien ne se vend mais tout s'achète
L'honneur et même la sainteté
Ça va
Les États se muent en cachette
En anonymes sociétés
Ça va
Les grands s'arrachent les dollars
Venus du pays des enfants
L'Europe répète l'Avare
Dans un décor de mil neuf cent
Ça fait des morts d'inanition
Et l'inanition des nations
Ça va

Les hommes, ils en ont tant vu
Que leurs yeux sont devenus gris
Ça va
Et l'on ne chante même plus
Dans toutes les rues de Paris
Ça va
On traite les braves de fous
Et les poètes de nigauds
Mais dans les journaux de partout
Tous les salauds ont leur photo
Ça fait mal aux honnêtes gens
Et rire les malhonnêtes gens
Ça va, ça va, ça va, ça va !


Jacques Brel

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

As Bodas de maus figados


Tanta gente incomodada com o casamento entre pessoas do mesmo sexo, já incomoda. Tanta moralidade enjoa e dá náuseas. E que tal referendar a estupidez? É um tique da direita querer meter sempre o bedelho na vida do próximo, ou é impressão minha? Como costuma dizer uma amiga minha: Tenham juizo!

Com ou sem FMI...