sexta-feira, 16 de março de 2007

Direito à morte


Se já existe o direito à vida, porque não o direito à morte?
Obrigar alguém a estar vivo sem ter as mínimas condições de desfrutar desse estado é tão criminoso como o contrário.
A morte é, e adivinha-se que continue a ser, o maior tabu da existência humana. Não conseguimos lidar com a nossa finitude e tentamos negá-la desde os primórdios dos tempos, seja através das religiões, seja através da medicina. Devemos ser a única espécie cujo instinto de sobrevivência se prolonga para além da própria vida, mas cheira-me que o nosso fim não deve ser muito diferente do fim dos peixes ou das ervas que não têm religião nem parapsicologia.
Enfim, deveríamos estar mais empenhados em acabar com o sofrimento, quando ele se manifesta do que em prolongá-lo quando o mesmo se torna insuportável.
Quando eu morrer, batam em latas, que eu quero por força ir de burro.

Com ou sem FMI...