Costuma-se dizer dos animais, daqueles que vivem com humanos, que são um reflexo dos donos. O tipo de animal que se tem pode ser à partida indício daquilo que se espera do mesmo. Companhia? Uma relação de amizade? Desafio aos dotes de domesticação? Empatia? Inspiração? Estes são talvez os mais comuns. Parece que há uns bons tempos a esta parte se têm juntado outros factores menos óbvios como por exemplo a moda, o status social, ou o instinto de competição. Só através destes últimos anseios consigo perceber que alguém tenha como animal de estimação (isto no universo canídeo, que é o mais vulgar) Rotwiller’s, Pittbull’s, Boxer’s, Dobermen’s, etc. Estes animais têm em comum, o facto de se tornarem perigosos perante situações inesperadas, pelo que requerem determinado tipo de tratamento e de habitat. Quero com isto dizer que não considero este o tipo de animal que qualquer pessoa tenha em casa num ambiente familiar, especialmente se não tiver recebido formação especifica para lidar com este tipo de raças. O que se observa é que de repente se tornou normal e mediático possuir um destes animais, como quem possui um rafeiro ou um hamster. Compram-se e são caríssimos. Parece que o pacote legislativo existente ainda não produziu grandes efeitos. Qualquer das formas, possuir um destes canídeos como animal de estimação em condições que potenciam a sua perigosidade é no meu entender criminoso e revelador de um total desrespeito pelos outros assim como pelo próprio animal em questão. Preconceito? Cada um com os seus.
A vida é o que fazemos d'ella. as viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos. Fernando Pessoa In O Livro do Desassossego
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