quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A armadilha

A Europa (leia-se os governos europeus) tem vindo a cair aos poucos nesta grande teia que começou a ser construída em 2008 à volta da crise que eclodiu nos EUA e que como quem não quer a coisa, foi ganhando uns estranhos contornos especulativos propícios ao aumento significativo de lucros daqueles que já os tinham antes e à queda igualmente significativa dos que já não estavam assim tão bem.
Tudo isso seria uma questão menor se por arrasto não estivéssemos a assistir ao princípio do fim do Estado social.
A Europa vai cedendo, uns mais do que outros. Uns por já sofrerem de fragilidades crónicas (o caso de Portugal) outros por terem modelos de crescimento assentes em sectores voláteis (Irlanda) outros não se chega sequer a perceber muito bem porquê. O certo é que feitas as contas apenas se vê duas grandes consequências – Um abaixamento generalizado dos salários (não falo da medida prevista no OE mas sim nas políticas salariais que vêm sendo adoptadas pelas empresas desde o ano passado, independentemente da sua situação financeira) E uma pressão por parte dos lobbies do costume no sentido de privatizar serviços que são a base do Estado social, nomeadamente Saúde e Educação.
Para nos baralhar vão saindo avulso da cartola todas as semanas dados contraditórios que mais não servem do que para isso mesmo - criar instabilidade e insegurança suficiente que justifiquem todas as directrizes que vêm de Bruxelas e do FMI. Assim lá vamos ficando entre a espada e a parede aguardando melhores ou piores dias.

Outra Vez On line


Quatro meses de ausência. A maternidade sobrepôs-se a todos os interesses e hobbies mas agora é preciso começar a desviar o olhar das fraldas e das infindáveis tarefas domésticas a que a permanência em casa obriga, sob pena de vir a sofrer de um encolhimento progressivo do meu pobre cérebro.

Com ou sem FMI...