sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A caminho de nenhures...

Hoje foi notícia a estreia do filme ATurma, parece que os nossos vizinhos franceses também têm muito com que se entreter no que toca ao ensino.
A escola é um reflexo da sociedade e vice versa, que sociedade teremos no futuro? A democratização da escola começa a ser cada vez mais uma miragem e estamos a assistir a um retrocesso histórico em que a escola pública vai ficando com aqueles que não conseguem pagar a escola privada...a quebra da qualidade acompanha a quebra da exigência e com isso ficamos todos a perder...Pode ser que esta crise ajude a refrear os impetos capitalistas e que a sociedade comece a olhar para si própria de uma forma mais humana. Enquanto houver pais a manter dois empregos para garantir o sustento da familia, estamos a colocar em risco toda a estrutura que serve de base à sociedade.
Vivemos num tempo em que tudo está escandalosamente acessivel e ao mesmo tempo inalcansável. Os nossos jovens têm computadores, telemoveis, roupa de marca. dinheiro no bolso mas não têm pais, pois os mesmos estão demasiados absorvidos em pagar as contas, ficam portanto entregues a si próprios e á sua natureza, pior ainda para aqueles que são oriundos de outras culturas em que o abandono torna a sua integração mais complicada. Junte-se a isto aqueles com verdadeiros problemas socio-económicos e temos um retrato um tudo nada assustador do futuro. Existe uma têndencia em todas as épocas para se achar que os jovens são sempre «inferiores» à geração antecedente, gostava de não cair nessa armadilha, vejo no entanto dois elementos novos comparativamente ao passado: o desrespeito pelas estruturas democráticas e uma acentuada ausência de valores, sejam eles éticos ou ideológicos. Felizmente não podemos pôr tudo no mesmo saco e há que reconhecer que existem outros tantos bastante sensiveis às causas humanitárias e ambientais. Há «tribos» positivas, a grande questão é onde é que se irão situar as maiorias no futuro...

Por falar em Halloween...

Isto é o máximo!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Casamentos e Divórcios

O casamento entre pessoas do mesmo sexo não está na agenda política deste governo, já têm problemas de sobra com tudo o resto Na agenda houve, mesmo assim, espaço para alterar a lei do divórcio, apesar da cavaquice moralista do costume, a coisa lá avançou e ainda bem.
Esta propensão para se deliberar sobre a vida alheia é uma chatice. É uma chatice termos uma constituição que diz « A todos são reconhecidos os direitos à identidade pessoal, ao desenvolvimento da personalidade, à capacidade civil, à cidadania, ao bom nome e reputação, à imagem, à palavra, à reserva da intimidade da vida privada e familiar e à protecção legal contra quaisquer formas de discriminação» e que depois na prática seja sempre ensombrada pelos fantasmas judaico-cristãos que povoam as cabecinhas. Receosos do inferno, este cidadãos e cidadãs não conseguem viver em paz com a diferença e tudo é um atentado às suas vidinhas políticamente correctas (às vezes cheias de segredos de alcova e preversidades ocultas). Escondido tudo passa despercebido, às claras ofende e atormenta. O que mais me chateia é o facto de haver pessoas reais a sofrer com toda esta estupidez. Não se trata só do divórcio ou dos casamentos homosexuais, é o mesmo em relação ao aborto, à utilização de células estaminais ou o que por aí mais houver que ponha em causa a santa fé. A liberdade de escolha parece de facto incomodar esta gente que é capaz de se encarniçar mais com o sexo do que com a violência, pois parecem não entender ser essa o último reduto da intolerância.

De crise em crise...

A crise veio para ficar, da Banca à Economia real são dois passos. As empresas não investem, perdem negócio, apertam o cinto. reduzem custos á força. o downsizing ganha força, o desemprego aumenta, o poder de compra das pessoas diminui e daqui por uns tempos, quando o vendaval passar, alguém vai ganhar mais com todo este enredo.
Quanto mais encostada à parede estiver a plebe, mais cedências vai fazendo. Não haja ilusões que isto das crises é como o preço da gasolina. Quando o petróleo sobe a gasolina aumenta em proporção no segundo a seguir, quando baixa demora mais tempo e nunca é proporcional, alguém fica sempre a ganhar mais qualquer coisa.
Entretanto, enquanto o pau vai e vem alguém leva nas costas.

Com ou sem FMI...