domingo, 27 de janeiro de 2008

Ensinar a questionar - Precisa-se!

Esta 6ª feira estive no Instituto Politécnico de Setúbal onde fui, na qualidade de coordenadora de Estágio, assistir à apresentação do relatório final da jovem que fez o estágio curricular no departamento da Empresa onde trabalho.
Terminada a apresentação e a discussão académica sobre os pormenores técnicos do dito relatório, vi-me confrontada com a avaliação final feita pelas professoras presentes. Tudo o que diziam fazia sentido e conseguia perceber o porquê das penalizações na nota, entretanto lá ia perguntando qual o peso do desempenho no estágio na avaliação final, visto que o mesmo havia sido bastante positivo, e que a aluna tinha revelado muito boas capacidades profissionais..., de repente não resisti e resumi em voz alta os pontos que as professoras iam apontando aqui e ali relativamente ao dito relatório:
- Falta espírito crítico, não é?
Olharam para mim concordantes e irresistivelmente continuei:
- Pois é, o Ensino continua a valorizar mais a memória e menos a dúvida...a melhor aluna da minha turma decorava tudo....
Não adiantámos muito mais a conversa, mas lá lhe deram mais um ponto.

Ecologicamente Incorrecto


O designado Biocombustivel está a ganhar terreno e como seria de prever, o Homem não olha a meios quando sente cheiro a dinheiro.
A utilização de combustíveis elaborados a partir de produtos agrícolas (nomeadamente de cereais) está a revelar-se perigosa em termos ambientais e sociais. As superfícies cultiváveis serão usadas para estas mega produções em detrimento de outras destinadas à alimentação. O impacto na subida de preços de bens essenciais como o leite, o pão, e muitos outros alimentos, far-se-á sentir como nunca. Se não se põe mão nisto estamos a resolver o problema das energias não renováveis criando outro ainda maior. A conta do supermercado já reflecte os efeitos desta nova corrida ao «petróleo vegetal».

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A Vida dos Outros

Andando arredada das salas de cinema, as películas chegam cá a casa com algum atraso, mas nem por isso ficam esquecidas. Esta vale a pena, ver e rever.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A crise do Referendo

Será que o País precisa de mais um longo e intenso debate, sobre algo que já foi feito e refeito, discutido e dissecado por esta Europa fora? Suponhamos que sim. Caso o Tratado de Lisboa não passasse no referendo o que mudaria? Sinceramente não consigo vislumbrar mais nesta insistência do que uma tentativa por parte da oposição em agarrar uma boa oportunidade de pré-campanha eleitoral. Mas isto sou eu que deconfio sempre destes afrontamentos.

Beirut

Isto é muito bom.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Luiz Pacheco


«Pena não haver um gravador automático de sonhos. Ou pelo menos, ainda eu não ter, à noite, um gravador fácil de manejar estremunhado, pois quando o sonho «corta», como numa filmagem, quase sempre me recordo perfeitamente dos seus pormenores, comento comigo, rebusco causas próximas ou longíquas, tento achar explicações (mas o meu conhecimento de Freud e sequazes ou opositores é muito superficial) e quase sempre me escapa o sentido do sonhado.»

Luiz Pacheco 2/11/1975 Diário Remendado


Fica a obra a dar sentido ao sonho.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O Tédio Nacional

De quando em vez a RTP ( e os outros canais também) mostra uma daquelas reportagens sociais sobre a vidinha urbana da classe media. Lá vêm as correrias entre a casa, a creche, o trabalho, os transportes, públicos ou particulares, as filas de trânsito, a falta de tempo, e por aí fora começa a ser desfiado o role de lamentações do costume. Fico cansada só de assistir.
Tudo isto é verdade e já se sabe. Não sou diferente e estou no mesmo barco que toda essa gente, talvez com a sorte, e também a opção, de trabalhar relativamente perto da minha residência, o que reduz de certa forma o tempo na estrada, de resto é igual. É uma boa vida? Depende do ponto de vista, o que não tem de ser é uma ausência de existência como transparece sempre das ditas reportagens, em que os intervenientes aparecem como vitimas de um total sacrifício, castigo ou punição simplesmente porque têm de trabalhar todos os dias e educar os filhos como podem. Trabalhar é uma chatice, mas é preciso. E que bom que é ter trabalho, nos dias que correm. O que não é bom é a alienação ao que nos rodeia. Fico sempre com a sensação de que faltou abordar o ponto essencial, que é este. É uma canseira de vida, mas nunca tantas coisas foram tão acessíveis a tanta gente, o que faz a diferença é a forma como olhamos para essas coisas. As peças jornalísticas de que falo, cuja intenção deverá ser abordar a difícil logística decorrente da vida nas grandes cidades e as dificuldades diárias das famílias, acabam invariavelmente por deixar um retrato de pessoas que se deixaram alienar por uma espécie de existência transcendente, no mau sentido, no sentido em que toda a sua vida se resume ao entediante sacrifício de ir trabalhar, regressar a casa no final do dia para uma entediante vida doméstica, com os olhos posto no entediante dia seguinte, igual ao anterior. Com todas as minhas correrias diárias, que são bastante consideráveis, não me revejo nesta abordagem e ainda bem.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Carta de Intenções para 2008

Ah pois é! Carta de intenções soa-me melhor que objectivos, ao menos assim não há aquela obrigação procedida do sentimento de culpa, quando a coisa resvala para o «É pr' amanhã...».
Então aqui vai, para que fique registado:
- Escrever mais sobre diversos e variados assuntos de interesse nacional e moderadamente pessoal neste lindo blogue, que à falta de remendos trocou o traje completo.
- Ler mais.
- Ler mais.
- Ler mais.
- Aprender a tocar guitarra (isto costuma dar aos 16, mas como só agora me ofereceram uma, talvez ainda vá a tempo de aprender a tocar o fungágá da bicharada para cantar com o meu filho).
- Tornar-me hipocondriaca (ir a médicos de todas as especialidades, oftamologista e dentista em particular).
- Visitar a Escócia.
- Terminar a Formação de Alemão (em curso) com nota máxima.
- Perder 3 quilos (Não escapei à regra da fofura natalícia).
- Voltar a fumar (esta não é para levar a sério).
- Ir ao Ginásio (esta também não).
Assim de repente não me sinto intencionada a muito mais, e como o inferno está cheio, deixemos as boas intenções por aqui.

Ar Fresco

Este Blogue chegou ao fim de 2007 mais morto que vivo, mas chegou. Vamos lá aproveitar a alvorada do novo ano para agitar as águas turvas da preguiça.

Com ou sem FMI...